Apresentação

Este blog destina-se a registrar a memória do pastor Gerson Barbosa de Menezes, pregador entre os anos de 1960 a 2000, portanto, 40 anos de ministério no Brasil, especialmente na Região Nordeste. O conteúdo a ser desenvolvido e os documentos a serem exibidos são de responsabilidade da família Menezes em Campina Grande, Paraíba.
Grato pela visita.

Biografia

Gerson Barbosa de Menezes era natural de Campina Grande, Paraíba. Nasceu em 1925, filho de José Barbosa de Menezes e Cezarina Barbosa de Oliveira. Seu pai foi comerciante do setor de ferragens, louças e material elétrico, tendo criado as Casas Menezes, importante referência comercial dos anos 40 e 50 em Campina Grande. Seu Zeca Barbosa, como era conhecido seu pai, era presbítero da Igreja Congregacional e uma pessoa bem relacionada na sociedade campinense. Dona Ceza, como era conhecida sua mãe, era uma artesã e modista, apesar de suas dificuldades físicas agravadas pelo reumatismo. Dona Ceza era uma pessoa comunicativa e alegre e construiu em sua casa um atelier de trabalho que se tornou uma espécie de escola para muitas pessoas que ali iniciaram o aprendizado com a moda feminina. Neste ambiente de trabalho, Gerson concluiu seu curso de Contabilidade e assumiu a gerência do armazém de ferragens. Posteriormente iniciou seu projeto de uma pequena indústria de sabão em barras e de uma refinaria de óleos vegetais. Nasceu assim o sabão Estrela e o óleo vegetal Guaracy, duas marcas que eram produzidas na cidade e comercializadas na Paraíba e em Pernambuco. Seu dinamismo para negócios atraiu o interesse de alguns políticos que o convidaram para ser candidato a vereador. Foi candidato em 1959, tendo assumido, como suplente, o cargo por uma única vez. A política não o fascinou tanto e preferiu dedicar-se aos negócios. Como jovem presbítero da Igreja Congregacional, teve participação ativa nos movimentos da mocidade, além de ter sido regente do coral e colaborador do Pastor João Clímaco Ximenes, grande liderança da denominação Congregacional no Nordeste. Participou de inúmeros eventos e congressos, destacando-se sua presença no Congresso do Terceiro Plenário do Concílio Internacional de Igrejas Cristãs realizado em 1954 na Filadélfia, EUA. Sua dedicação de presbítero o levou a doar o terreno para construção da Segunda Igreja Congregacional de Campina Grande, e porteriormente, já dedicado exclusivamente ao trabalho religioso, construiu a Igreja Evangélica Congregacional do Calvário e a Igreja Evangélica Congregacional do Bairro de Santa Rosa, além do Acampamento Maranata, bastante utilizado para retiros espirituais durante o período de Carnaval nos anos 70 e 80. Sua consagração ao ministério evangelístico teve início durante a visita do evangelista Billy Graham ao Rio de Janeiro em 1960. Ali no estádio do Maracanã, no Congresso da Aliança Batista Mundial, ele reconheceu ter sido chamado para um ministério semelhante no Nordeste, o que se confirmou posteriormente para quase todo o país. Assumiu desse modo seu novo ministério, desfazendo-se de seus empreendimentos, porém mantendo sua estrutura financeira através de rendimentos de imóveis. Ao longo de muitos anos, como missionário evangélico, título que adotou, percorreu diversos estados em campanhas evangelísticas e em séries de pregações em diversas igrejas de diversas denominações: Congregacional, Batista, Presbiteriana, Metodista, Assembléia de Deus, Luterana e outras. Em 1966 ingressou na Associação Evangelística Billy Graham no Brasil e continuou seu ministério dentro de uma estrutura de trabalho mais organizada. Em pouco tempo tornou-se conhecido nacionalmente e passou a receber convites para campanhas evangelísticas na Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Brasília, Pará, Maranhão, Piauí e Ceará, além dos estados da Paraíba e Pernambuco, onde já era bem conhecido. Como missionário evangélico nos anos 60 e 70 tornou-se um nome lembrado por muitas pessoas que se converteram através de suas pregações. Manteve por muitos anos o programa de rádio “Ao Pé da Cruz” em Campina Grande, o qual tinha por finalidade divulgar as Escrituras Sagradas em horário matutino. Em memorável viagem a Israel nos anos 60, tornou-se um grande amigo do povo judeu, e começou a destacar, em suas pregações, a visão profética da criação do novo Estado de Israel e seu significado para a Igreja. Por decisão denominacional tornou-se pastor da Igreja Congregacional do Calvário nos anos 80 e posteriormente pastor da Segunda Igreja Congregacional de Campina Grande.

Seus últimos anos foram de grande integração com a família, em harmonia e serenidade. Sentia o dever cumprido nas palavras de Paulo Apóstolo: Combati o bom combate. Com o corpo fragilizado, mas firme no espírito, partiu em 2001 de um leito do Hospital João XXIII em Campina Grande, sua cidade natal.



9 de mar. de 2009

O Brilho do Sol em Campina Grande

Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos. Salmos 19:1 [foto (2008) do arquivo da família]

3 comentários:

  1. Muito Bom ! Gerson foi uma pessoa muito boa .

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  2. "Não importa a igreja que tu és, se por traz do calvário tu estás, se o teu coração é igual ao meu, dá-me a mão e meu irmão serás...” Este é um cântico que sempre me lembra meu tio, uma figura, dinâmico, bastante atuante.
    Tive contato com ele desde menino, e não me esqueço das lições de escola dominical no “tabernáculo evangélico” e principalmente da grande emoção que passava quando palestrava sobre os evangelhos. Eu me impressionava com o número de pessoas que o assistiam e no final quando ele fazia um apelo, muitos abraçavam a fé. É um tio que deixou muitas saudades, um exemplo, um baluarte uma das principais colunas da família meneses. O seu sítio predileto o “Gerisin(Myzrg)” palavra que significa cortes, ou seja, foi no Monte “Gerisin” que foi lido para o povo judeu as bençãos e maldições, foi neste lugar que levava este nome que eu quando criança sonhava encontrar um grande tesouro, na pequena mata nativa que lá existia..., são tantas lembranças...
    “Meu tio se vivesse estaria feliz
    De ver o poema que a ele eu fiz
    No meu coração ele viverá pra sempre
    E o seu sítio jamais sairá da minha mente”.
    Meu tio Gérson alguém que me influenciou mais do que eu possa admitir. Além de inconscientemente ter seguido o seu exemplo, porque também fui pastor durante 15 anos, mas também me sentia identificado com o nordeste onde fui coordenador de mais de 30 pastores, hoje vejo como me parecia com ele, em algumas áreas da minha vida. Embora seja hoje um judeu convertido,e pratique o judaísmo, mas continuou ligado a ele pela admiração que tinha por Israel e pelo povo judeu. Ele foi um dos principais arquitetos do meu amor por Israel, suas viagens a terra santa, o grande número de fotos que trazia e apresentava a todos em slides, sua empolgação quando falava de Israel, o coral“Shalom”, que ele idealizou era algo contagiante, composto de muitos jovens que inclusive cantavam músicas hebraicas. Ele com certeza foi um dos responsáveis pelo que sou hoje. Me lembro em conversas com algumas tias que ele algumas vezes era identificado por terceiros, quando viajava, como um judeu, e de fato era, Gérson Barbosa, um grande Sionista! Descendente dos judeus Sefarditas que habitavam na Holanda nos idos de 1600 d.C. Quando estive em minha primeira viagem a Israel, visitei o museu Beth Hatefutsoth(Museu da diáspora judaica) na Universidade de “Tel Aviv”, e averiguei que não só os Meneses, mas principalmente o sobrenome Barbosa constava nos arquivos daquela instituição como uma das famílias judias mais antigas já registradas, datando os primeiros documentos de 1469 d.C.
    Quero prestar aqui meu reconhecimento da grande importância deste homem na minha história de vida, embora não milite mais na igreja evangélica,mas me sinto ainda ligado a ele pelo amor em comum que dedicamos a Israel e o povo judeu.

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  3. Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram,nem jamais penetrou no coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.

    É algo indescritível o que Deus preparou para aqueles que o amam e são fiéis até à morte. Durante a sua vida meu pai foi um exemplo de fidelidade a Deus,não medindo esforços se doou,sempre fazendo o seu melhor. Na sua trajetória muitas almas ganhou para Jesus.
    Nos últimos anos de sua vida,quando já não podia mais pregar o evangelho, as pessoas sempre vinham visitá-lo e ouviam dos seus lábios: Como disse o apóstolo Paulo: Combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé. Nunca murmurou e sempre disse está preparado para o encontro com Deus. Ele dizia que já estava na plataforma de embarque para o céu. Também tinha certeza que no Senhor o seu trabalho não era em vão e na eternidade colheria os frutos,recebendo de Deus os galardões pelas vidas alcançadas através da propagação da palavra de Deus.

    É incomparavelmente melhor está com Cristo!

    Luciana Cavalcanti de Menezes

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